na espinha do dragão

quarta-feira, julho 20, 2005

fim de caso

Na subida para casa passa-se por uma esquina com três plátanos na calçada.

Do outro lado da rua há uma linda praça, com um bosque que se estende encosta acima, até o mirante no topo do morro.

Dia após dia, à medida que a subida foi tornando-se mais fria, a praça amareleceu um pouco e com a secura tudo se tornou empoeirado.

Mas somente os plátanos perderam as folhas, como deviam fazer todos os anos no lugar de onde vieram. Os galhos agora estão nus, apontados para o céu.

Com isso, fez-se visível um ninho de ave na árvore do meio. A maçaroca de gravetos está bem no centro de onde era a copa, confundindo-se com a galharia seca.

Outro dia parei a bicicleta e subi no muro para ver se o ninho era habitado. Estava vazio. O pássaro foi pego desprevenido pelo comportamento temperado da árvore. Deve ter-se mudado, prontamente, para o bosque em frente.

Trata-se, sem dúvida, de um caso de incompatibilidade de invernos.


|| Koun, 11:16 PM

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