na espinha do dragão

segunda-feira, abril 17, 2006

além da forma
primeira lua de outono
além do vazio


|| Koun, 10:32 AM || (0) comments |

quinta-feira, abril 06, 2006


“Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
‘Uma visita’, eu me disse, ‘está batendo a meus umbrais.

É só isto, e nada mais’.”

(Poe, O corvo)
|| Koun, 7:05 PM || (0) comments |

segunda-feira, abril 03, 2006

Falta ar. Aqui tudo é grande, mas é difícil se mexer.
Mal se vê o horizonte. Tem que saber se posicionar.
Há horas em que ele é vermelho, o horizonte poluído.
Horizonte puído, se você quiser.
Vez ou outra lhe pegam desavisado e um dito reverbera:
– ................................................................................
Mas no mais das vezes é sempre um fluxo de silêncio.
Uma estranha sensação de estar por demais no ventre
da máquina. O fluxo silencioso das máquinas: zunindo,
guinchando, fazendo falar a resistência do ar.
A cidade forrada de carros. Os carros também vermelhos
no fim do dia, acendendo e apagando suas luzes de
freio. Parados, eles ofegam. Inspirando e expirando,
só eles, só eles respiram.

(Bruno Zeni, O fluxo silencioso das máquinas)
|| Koun, 8:36 PM || (1) comments |

costura sentimental

Lapa, Água Branca, Barra Funda, Santa Cecília, São João, Teatro Municipal, Páteo do Colégio.

No mapa do coração:
de João Antonio a Anchieta, via Mário de Andrade, Vanzolini e Villa-Lobos.

A bicicleta alinhava nomes e lugares.
Na tarde de domingo, cidade e gente se entretecem.
|| Koun, 5:56 PM || (0) comments |
no ponto de ônibus
um arrepio na espinha
chegou o outono
|| Koun, 5:51 PM || (0) comments |