na espinha do dragão

quinta-feira, agosto 18, 2005

canário, sabiá, juriti, tuim, gaivota, inhambu, vou passando pelas ruas de moema, o sol começa a clarear a cidade, mas ainda é quase de noite.
essa é a hora dos passarinhos, antes das buzinas, das filas duplas, dos canos de escapamento (aliás, que mentira! quem escapa deles?).
daqui a pouco as garagens dos prédios começam a abrir e os passarinhos somem. só ficam aqueles dos nomes das ruas, palavras sem asa na placa azul.
dobro as ruas vazias – em moema só há esquinas de 90 graus, o espaço cartesianamente organizado, régua e prancheta.
mas agora, no bairro quieto, a piarada nas árvores se espalha, alegre, se entrecruza, indiferente ao quadriculado do bairro.
junto aos passarinhos meu trim-trim, nos saudamos, companheiros de manhã.
essa hora é nossa e ninguém tasca.
|| Koun, 9:04 AM

2 Comments:

Que sincronicidade louca! Foi numa quinta que acordei sem mais nem menos às quatro e meia da manhã, e a única coisa que se podia ouvir eram os pássaros fazendo seus planos. Abri a janela do quarto, Inhambu esquina com a antiga Tico-tico (que pena que virou nome de ministro). Ainda era noite. Enquanto curtia uma preguicinha na cama, viajando no som dos pássaros, a luz foi entrando e revelando sombras quadriculadas na parede branca. Nas ruas, nenhum carro se ouvia, apenas o trim-trim de um felizardo em sua bicicleta começando seu dia junto com os pássaros.
Anonymous Anônimo, at 12:21 PM  
...adorei...
Anonymous Anônimo, at 10:05 AM  

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