Falta ar. Aqui tudo é grande, mas é difícil se mexer.
Mal se vê o horizonte. Tem que saber se posicionar.
Há horas em que ele é vermelho, o horizonte poluído.
Horizonte puído, se você quiser.
Vez ou outra lhe pegam desavisado e um dito reverbera:
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Mas no mais das vezes é sempre um fluxo de silêncio.
Uma estranha sensação de estar por demais no ventre
da máquina. O fluxo silencioso das máquinas: zunindo,
guinchando, fazendo falar a resistência do ar.
A cidade forrada de carros. Os carros também vermelhos
no fim do dia, acendendo e apagando suas luzes de
freio. Parados, eles ofegam. Inspirando e expirando,
só eles, só eles respiram.
(Bruno Zeni, O fluxo silencioso das máquinas)