na espinha do dragão

quarta-feira, maio 17, 2006

No começo da noite a avenida está quieta. Os ônibus que vêm da Lapa rareiam e logo param de passar. Às nove horas faz muito frio e a rua fica deserta. No muro da linha do trem um mendigo enrolado no seu cobertor espera imóvel. No bairro escuro, as luzes da padaria clareiam a calçada vazia. Pelas janelas das casas vê-se o brilho trêmulo das televisões ligadas, trazendo a ausência da cidade para dentro da sala. Em muitos lugares deve haver famílias negras chorando.
|| Koun, 11:04 AM

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