na espinha do dragão

segunda-feira, julho 10, 2006

presente

Depois da chuvarada, tudo brilha no caminho do ciclista. Milhares de gotinhas verdeluminosas se soltam das árvores como um véu que se abre, à medida que a bicicleta avança. Baixando, o sol espalha um dourado impossível sobre o asfalto molhado. O ar úmido, carregado do azul que desceu do céu, envolve o corpo, entra suave no pulmão, espalha-se penetrando músculos, sangue e medula, irrigando de luz tudo por dentro. E a roda da caloi 10 reflete o sol, faz um chiado gostoso no chão molhado, passando sobre folhas e flores caídas, flutuando no vapor que sobe do asfalto. Descendo o morro, pelo flanco oeste do dragão, vê-se o sol, que aparece límpido na direção do Jaraguá. A serra verde estende-se exuberante, vicejando esmeralda. O corpo gira. O coração quente. Tudo é a tarde.
|| Koun, 5:03 PM

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