Toda manhã, o ipê do outro lado da rua dá bom-dia à vizinhança.
Ao saírem de casa, o funcionário de gravata, os irmãos estudantes, a vizinha com seu filho, o professor de letras, o casal de velhinhos que vai à padaria, a moça dos gatos, todos se detêm por alguns segundos para contemplá-lo, antes de tomar o rumo do dia.
Aquele instante é um pedaço de eternidade, na forma de luz roxa.