na espinha do dragão

quinta-feira, junho 28, 2007

A mente das possibilidades

A mente nem vai, nem vem.
|| Koun, 6:20 PM

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"Eu simplesmente me deitava nos campos da montanha ao luar, com a cabeça na grama, e ouvia o reconhecimento silencioso das minhas angústias passageiras. - Sim, desse modo, tentar atingir o Nirvana quando você já está nele, atingir o topo de uma montanha quando já está lá e tem apenas que permanecer - assim, permanecer na bem-aventurança nirvânica é tudo o que tenho a fazer, que você tem a fazer, sem esforço, sem caminho realmente, sem disciplina, mas apenas saber que tudo é vazio e desperto, uma Visão e um Filme na Mente Universal de Deus (Alaya-Vijnana) e permanecer mais ou menos sabiamente em meio a isso. - Porque o silêncio em si é o som dos diamantes que podem cortar tudo, o som da Vacuidade Sagrada, o som da extinção e da bem-aventurança, esse silêncio de cemitério que é como o silêncio do sorriso de um bebê, o som da eternidade, da beatitude na qual certamente é preciso acreditar, o som de jamais-houve-nada-senão-Deus (que em breve eu ouviria em uma ruidosa tempestade no Atlântico). - O que existe é Deus em Sua Emanação, o que não existe é Deus na Sua Serena Neutralidade, o que nem existe nem não existe é a divina e importal aurora primordial do Céu Pai (este mundo nesse exato instante). - Por isso eu disse: - "Permaneça nisso, aqui não existem dimensões para quaisquer das montanhas ou mosquitos ou vias lácteas inteiras de mundos".

(Jack Kerouac)
Blogger ped aLEro, at 8:06 PM  

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