na espinha do dragão

domingo, novembro 23, 2008

Nuvem contra pedra

lá vai o ciclista,
príncipe entre as andorinhas
sob o céu carregado da tarde
despenca pela avenida sumaré
pelos poros da cidade
atravessa o espaço
até encontrar
boca-de-lobo, caco-de-vidro, porta-de-carro
então é puxar a alavanca do freio, segurar as rodas no chão e soltar a respiração
depois, ganhar velocidade e empreender novo mergulho.
por frestas, sarjetas, rachaduras, corredores, nichos, fendas, cortes, vãos,
passar pelo vazio sem nada tocar.
|| Koun, 5:03 PM

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