na espinha do dragão

segunda-feira, novembro 23, 2009

Koan

"Pai, por que me abandonaste?"
|| Koun, 12:05 PM || (0) comments |

quarta-feira, outubro 21, 2009

Um

(Homan e Koun)



O Seu Olhar


O seu olhar lá fora
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu

O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu

Onde a brasa mora
E devora o breu
Como a chuva molha
O que se escondeu

O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu

O seu olhar agora
O seu olhar nasceu
O seu olhar me olha
O seu olhar é seu

O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu


(Paulo Tatit/Arnaldo Antunes)
|| Koun, 12:07 PM || (0) comments |

quarta-feira, setembro 09, 2009

Corpo concreto

"Vou vender o carro.

Adeus, lata velha de falso brilho, adeus, bolha intacta e brilhante, adeus, proteção vítrea de isolamento plástico, acidentes potenciais, atropelamentos previstos; adeus, possibilidades latentes de engavetamento, falta de gasolina, engates de marcha, manobras de esterceamento, trocas de pneu; adeus, cordões de motoboys cosendo os vãos dessas ruas coaguladas; adeus, pedintes, flanelinhas, guardadores; adeus, Sheilas; adeus áreas de estacionamento proibido, assaltos à mão armada; adeus, telões eletrônicos, outdoors de felicidade eufórica; adeus, quimeras publicitárias enfiadas pela goela de metal abaixo; adeus, limites de velocidades, jatos de poluição no nível dos olhos; adeus, estacionamentos, lava-rápidos, drive-ins e drive-thrus; adeus, pingentes motorizados, limpadores de pára-brisa, malabaristas de fogo, crianças molambentas esmolando nos faróis; adeus, armadura motorizada e desigualdade na pele de lata e vidro; adeus, valsa mefistofélica de transporte particular, coputador de bordo, rodas de liga leve e emissão de gás.

“Palácios de conreto e bólidos de lata. Momentaneamente”, repeti, mais uma vez, em silêncio.

Decidi, pelo menos. Olhando o teto do meu quarto, na solidão íntima do apartamento vazio, decidi vender meu automóvel avariado. Vou vender o carro e ganhar a cidade a pé, viver com pouco, sem proteção, aceitando a sugestão das ruas.

Levantei e fui à janela da sala, de onde a Pompéia noturna me endereçava o brilho intermitente de suas luzes residenciais."


(Trecho de Corpo Concreto, de Bruno Zeni, a ser lançado em breve)

|| Koun, 10:17 AM || (0) comments |

quinta-feira, setembro 03, 2009

Bicicleta

Bicicleta
(Palavra Cantada)

Quando pedalo pedalo
E entro no embalo
Começo a sonhar
Fico tão leve e veloz
Como se fosse voar

Quando pedalo pedalo
Eu quase não falo
Pra me concentrar
Fico como um colibri
Me equilibrando no ar

Quem anda de bicicleta
Se sente um atleta
Sem ter que pular
Nem bem se manda daqui
Num minutinho está lá

Mesmo sem ter bicicleta
Ninguém é pateta
É só caminhar
Mas tendo uma bicicleta
Posso também flutuar

Não vai cair não
Quem pedalar
E a vida assim vai
Continuar
|| Koun, 6:40 PM || (0) comments |

sexta-feira, julho 10, 2009

"Coração-Mente sem obstáculos,
Sem obstáculos, logo, sem medo,
Distante de todas as delusões,
Isto é Nirvana."
(Sutra do Coração da Sabedoria Perfeita)


Miedo
Lenine

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

...

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão
|| Koun, 12:14 PM || (0) comments |

sexta-feira, junho 12, 2009

Coisas parecidas

coragem sem coração
não é coragem,
é raiva.
|| Koun, 12:29 PM || (0) comments |

quarta-feira, junho 10, 2009

Coisas parecidas

paz sem voz
não é paz
é medo

(o rappa)
|| Koun, 7:29 PM || (0) comments |